quarta-feira, 5 de julho de 2017





LIBRAS: incluir ou segregar?


                               

            Sabe-se que desde a Antiguidade o ser humano lida com a surdez. Durante muito tempo, a surdez foi considerada um castigo dos deuses e as pessoas que possuíam tal deficiência eram castigadas, abandonadas ou sentenciadas a morte. Com o advento do cristianismo, essa situação mudou um pouco, pois todos, inclusive os deficientes eram considerados filhos de Deus e tinham direito à vida. Ainda sim, o surdo continuou excluído da sociedade, por ser considerado um incapaz.
            Essa situação de exclusão começou a mudar no século XVIII, através do trabalho de Charles de L’Épée, que estudou a comunidade surda francesa e aprendeu a língua de sinais utilizada por ela. Em 1760, L’Épée, fundou a primeira escola pública para surdos: O Instituto para Jovens Surdos e Mudos de Paris.
            No Brasil, a língua de sinais chega por volta do ano de 1855, com a chegada do professor surdo francês Hernest Huet, para ensinar o neto surdo de Dom Pedro II, e posteriormente a primeira escola de surdos no Brasil.  Surge então a LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais), que atualmente é reconhecida como segunda língua no Brasil.
            O grande problema é que a LIBRAS não é ensinada nas escolas, o que faz com que dentro dessas instituições perdure o caráter segregatório aos surdos.  Nem mesmo o professor é capacitado para receber e ensinar um aluno surdo, já que na sua graduação recebe uma formação básica sobre a língua É certo que esse aluno tem direito a um intérprete, porém na realidade do Brasil, o professor nem sempre vai encontra-lo. Imagine-se um aluno surdo em uma sala de aula repleta de ouvintes, sem um intérprete, como você se sentiria?
A LIBRAS é extremamente importante para a cultura surda, pois é o que legitima sua identidade, além de possibilitar o entendimento entre surdos e ouvintes no que diz respeito aos seus anseios necessidades e desejos. É imprescindível que o professor encontre formas de incluir o a aluno surdo dentro do espaço escolar.  Há várias possibilidades como ensinar a LIBRAS aos ouvintes, utilizar de jogos na Lingua Portuguesa e em LIBRAS, utilização de músicas, brincadeiras, vídeos, dentre outros recursos didáticos. Enfim, a LIBRAS deve ser difundida não somente nas escolas, mas também na sociedade para proporcionar de fato a inclusão e melhoria da qualidade de vida da comunidade surda no Brasil.

Abaixo tem-se uma atividade que pode ser realizada para o aprendizado da LIBRAS. O vídeo trata-se de uma apresentação de uma música em LIBRAS por alunas do quarto período do curso de Pedagogia da Universidade Federal do Piauí, e que pode ser feita em sala de aula integrando surdos e ouvintes. A música chama-se: O meu sangue ferve por você interpretada pelo canto Sidney Magal. Confira: 




Adna Lusane Nunes Ferreira.

REFERÊNCIAS:

LACERDA, Cristina Broglia Feitosa de; SANTOS, Lara Ferreira dos. Tenho um aluno surdo, e agora? Introdução a LIBRAS e educação de surdos.  São Carlos:EDUFSCAR, 2014.
Imagem:  http://comunicandocomlibras.blogspot.com.br/2015/09/inclusao-de-surdos_27.html  


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