LIBRAS:
incluir ou segregar?
Sabe-se
que desde a Antiguidade o ser humano lida com a surdez. Durante muito tempo, a
surdez foi considerada um castigo dos deuses e as pessoas que possuíam tal
deficiência eram castigadas, abandonadas ou sentenciadas a morte. Com o advento
do cristianismo, essa situação mudou um pouco, pois todos, inclusive os
deficientes eram considerados filhos de Deus e tinham direito à vida. Ainda sim,
o surdo continuou excluído da sociedade, por ser considerado um incapaz.
Essa
situação de exclusão começou a mudar no século XVIII, através do trabalho de
Charles de L’Épée, que estudou a comunidade surda francesa e aprendeu a língua
de sinais utilizada por ela. Em 1760, L’Épée, fundou a primeira escola pública
para surdos: O Instituto para Jovens Surdos e Mudos de Paris.
No
Brasil, a língua de sinais chega por volta do ano de 1855, com a chegada do
professor surdo francês Hernest Huet, para ensinar o neto surdo de Dom Pedro
II, e posteriormente a primeira escola de surdos no Brasil. Surge então a LIBRAS (Língua Brasileira de
Sinais), que atualmente é reconhecida como segunda língua no Brasil.
O
grande problema é que a LIBRAS não é ensinada nas escolas, o que faz com que
dentro dessas instituições perdure o caráter segregatório aos surdos. Nem mesmo o professor é capacitado para
receber e ensinar um aluno surdo, já que na sua graduação recebe uma formação
básica sobre a língua É certo que esse aluno tem direito a um intérprete, porém
na realidade do Brasil, o professor nem sempre vai encontra-lo. Imagine-se um
aluno surdo em uma sala de aula repleta de ouvintes, sem um intérprete, como
você se sentiria?
A LIBRAS é extremamente
importante para a cultura surda, pois é o que legitima sua identidade, além de
possibilitar o entendimento entre surdos e ouvintes no que diz respeito aos
seus anseios necessidades e desejos. É imprescindível que o professor encontre
formas de incluir o a aluno surdo dentro do espaço escolar. Há várias possibilidades como ensinar a LIBRAS
aos ouvintes, utilizar de jogos na Lingua Portuguesa e em LIBRAS, utilização de
músicas, brincadeiras, vídeos, dentre outros recursos didáticos. Enfim, a
LIBRAS deve ser difundida não somente nas escolas, mas também na sociedade para
proporcionar de fato a inclusão e melhoria da qualidade de vida da comunidade
surda no Brasil.
Abaixo tem-se uma atividade
que pode ser realizada para o aprendizado da LIBRAS. O vídeo trata-se de uma
apresentação de uma música em LIBRAS por alunas do quarto período do curso de
Pedagogia da Universidade Federal do Piauí, e que pode ser feita em sala de aula integrando surdos e ouvintes. A música chama-se: O meu sangue
ferve por você interpretada pelo canto Sidney Magal. Confira:
Adna Lusane Nunes Ferreira.
REFERÊNCIAS:
LACERDA, Cristina Broglia Feitosa de; SANTOS, Lara Ferreira dos. Tenho um aluno surdo, e agora? Introdução a LIBRAS e educação de surdos. São Carlos:EDUFSCAR, 2014.
Imagem: http://comunicandocomlibras.blogspot.com.br/2015/09/inclusao-de-surdos_27.html
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