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Foto: FERREIRA, 2017 |
s alunos do 4º período do Curso de Licenciatura em Pedagogia da Universidade Federal do Piauí, Campos Ministro Petrônio Portella, Teresina – PI na disciplina de Gestão de Sistemas e Unidades Escolares, ministrada pelo Profº Baltazar Campos Cortez (Professor Adjunto do Centro de Ciências da Educação, CCE), apresentaram por meio de um Ateliê Pedagógico o tema Cidadania Participativa tendo como referência o texto “Gestão democrática dos sistemas públicos de ensino” do livro “Gestão educacional: novos olhares, novas abordagens”.
Por
meio de um recurso bem interessante (o ateliê pedagógico), os alunos da
referida disciplina abordaram um tema de relevância para a educação pública: a
Gestão Democrática, um dos princípios constitucionais do ensino público
presente no art. 206 da Constituição Federal de 1988.
Partindo
do uso que os alunos fizeram deste recurso didático, surgem as seguintes
questões? Como o professor pode fazer uso de ateliês pedagógicos em sala de
aula com seus alunos? E qual a relevância deste recurso para o processo de
ensino-aprendizagem?
Um ateliê pedagógico é um recurso que propicia um espaço experimental. Segundo Larrosa (2002) "a experiência é o que nos passa, o que nos acontece, o que nos toca". Felizmente o ateliê é um recurso que fornece aos alunos verdadeiras experiências. Por meio dele, os mesmos têm a oportunidade de serem artistas que se expressam, imaginam e criam.
Foto: FERREIRA, 2017 |
Tomemos
como um dos exemplos os alunos da turma citada anteriormente. Na apresentação, os
mesmos fizeram uma explanação do tema Cidadania Participativa e posteriormente
convidaram os demais colegas de classe a participarem de uma construção. Na
mesma, foram utilizados uma árvore de papel - confeccionada pelo próprio grupo
de alunos - pincéis e pequenos papéis. No entanto, essa não era uma árvore
qualquer, era justamente a Gestão Democrática que precisava como qualquer
planta, de alguns elementos essenciais para a sua existência. Porém a mesma não
estava completa, pois faltavam seus frutos e alguns ingredientes em suas raízes.
Sendo assim, os demais alunos da turma foram chamados pelo grupo a completarem essa
árvore (a Gestão Democrática) com o que para cada um era essencial. Alguns colocaram
nas raízes palavras como transparência, determinação e, nos frutos palavras como
participação e educação de qualidade etc. Pôde-se perceber que por meio deste
momento no ateliê, cada aluno da turma saiu da sala ao final com algo
significativo a respeito do tema estudado.
Essa
foi uma maneira que o grupo de alunos procurou para se trabalhar o ateliê
pedagógico. Mas os professores da Educação Infantil ou dos primeiros anos do
Ensino Fundamental podem utilizar várias outras formas fazendo uso da pintura,
da música e do teatro infantil. Os alunos podem confeccionar o próprio material
de decoração da sala, fantoches, brinquedos pedagógicos, figurinos para
encenações, artesanatos, jogos, produção de pequenos livros a serem utilizados
por eles mesmos na sala de aula e/ou para serem divulgados. Podem ajudar na
criação de uma pequena horta na instituição de ensino ou também trabalhar na
produção de fotografias registrando momentos das aulas com câmeras fotográficas
ou com aparelhos de celular (entendo que a fotografia é um recorte da realidade). Enfim, são várias as possibilidades.
Por
meio dessas experimentações que o docente proporciona ao dar espaço para os alunos,
ao deixar que os mesmos criem, é que se origina uma aprendizagem significativa
onde professores e alunos são considerados atores, artísticas do conhecimento.
Os ateliês
pedagógicos são capazes de propiciar vivências reais ao aluno. Os mesmos conseguem
percorrer a sensibilidade, a imaginação e o toque. E podem ser muito bem
utilizados com o objetivo de motivar os discentes a participarem da aula. Por
meio desse recurso o aluno perceberá a importância tanto da sua contribuição
como a de seus colegas na construção do conhecimento. Conhecimento este que não
é intacto ou estático, mas é imprevisível, cheio de conexões como um “rizoma”.
Logo mais abaixo você encontrará algumas dicas para a criação de um Ateliê Pedagógico de pintura:
Logo mais abaixo você encontrará algumas dicas para a criação de um Ateliê Pedagógico de pintura:
1. O espaço precisa estar previamente preparado com muitos materiais para que a criança possa
escolher o material para sua expressão artística.
3. O Professor deve sempre preparara a aula; explicar a proposta, incentivar o aluno para
experimentar, trazer informações e deixar o aluno
criar.
4. Registro: documentar o suporte (papel, caixa, sucata, tela) que será utilizado com nome da criança, tema e técnica. O professor pode registrar o ateliê através da fotografia para que os próprios alunos ou outras pessoas possam ver posteriormente.
As obras podem ficar expostas para todos da escola e para os
pais. As obras podem ficar nos corredores da escola ao longo de um semestre ou o professor pode juntamente com a instituição escolar criar um evento para a exposição.
5. Sugestões de materiais:
Tintas variadas (todas solúveis em água);
Pinceis de variados tamanhos;
Rolinhos de espuma;
Lápis de cor, giz de cera e outros;
Papéis canson, sulfite, revistas coloridas e outros;
Tela para pintura;
Cola líquida e em bastão para atividades diversas;
Potes contendo: botões, pastilhas, lixas, folhas secas, sementes, serragem, tampinhas variadas, argolas grandes e pequenas, retalhos de tecidos, giz de lousa, carvão para desenho, borrifadores, linhas, barbantes, canudos de refresco, palitos de sorvete, rolhas de diversos tamanhos, cones de linha, massa de modelar, argila, areia...
Tintas variadas (todas solúveis em água);
Pinceis de variados tamanhos;
Rolinhos de espuma;
Lápis de cor, giz de cera e outros;
Papéis canson, sulfite, revistas coloridas e outros;
Tela para pintura;
Cola líquida e em bastão para atividades diversas;
Potes contendo: botões, pastilhas, lixas, folhas secas, sementes, serragem, tampinhas variadas, argolas grandes e pequenas, retalhos de tecidos, giz de lousa, carvão para desenho, borrifadores, linhas, barbantes, canudos de refresco, palitos de sorvete, rolhas de diversos tamanhos, cones de linha, massa de modelar, argila, areia...
Confira mais na página: https://www.historiadasartes.com/sala-dos-professores/como-montar-seu-atelie-escolar/
A
educação precisa mesmo é desse “toque” de sensibilidade esquecendo-se de tantas
práticas pedagógicas tradicionais. O que precisa-se vivenciar atualmente são processos de ensino-aprendizagem onde o professor é
o mediador e não o detentor do conhecimento.
Os alunos necessitam cada vez mais estranhar e
criar. Para Gilles Deleuze a vida e o mundo são “como um processo de
criação do novo” (Coleção Pensadores e a Educação, 2009) Precisamos então, criar o novo!
Confira também o vídeo "Ateliê de Fotografia: Um Olhar Sensível para a Infância - André Carrieri" Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=cV_5rOyLKcU
"Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar possibilidades para a sua produção ou para a sua construção" (Paulo Freire)
Experimente, crie!
Experimente, crie!
Por Maria
Carolina dos Santos Ferreira
(Graduanda do Curso de Licenciatura em
Pedagogia pela Universidade Federal do Piauí, Campos Ministro Petrônio
Portella, Teresina – PI)
Referências:
OLIVEIRA. M.A. M.(org). Gestão educacional: novos olhares, novas abordagens. Petrópolis, RJ, 2014. 10.ed. p.15-21
Coleção "Pensadores da Educação" disponível em: https://filmow.com/pensadores-e-a-educacao-gilles-deleuze-t87411/
BONDÍA, J. L. Notas sobre a experiência e o saber de experiência. Rev. Bras. Edu. [online]. 2002, n.19, p.20-28. ISSN 1413-2478. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-24782002000100003&script=sci_abstract&tlng=pt
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